Você já ouviu falar sobre a hérnia paraestomal, mas não está muito certo do que se trata? Não se preocupe, vamos explicar isso para você agora!
Antes de entrarmos nos detalhes da hérnia paraestomal, é importante entender o que é uma hérnia e por que ela ocorre.
Às vezes, certos fatores podem enfraquecer as camadas musculares que compõem a parede abdominal. Isso pode resultar na formação de um orifício na região enfraquecida, por onde órgãos internos do abdome, como o intestino, podem protruir.
Embora esse escape ocorra sob a pele, para um observador externo, a hérnia se manifesta como uma protuberância ou abaulamento na região.
As hérnias podem ocorrer naturalmente, devido a pontos de enfraquecimento na parede abdominal desde o nascimento. Por exemplo, é comum ouvir falar de hérnias na virilha (inguinal) ou no umbigo (umbilical).
No caso de pessoas com estomia, o estoma em si já representa um ponto fraco, um orifício por onde pode ocorrer protrusão. Quando isso acontece, as alças intestinais podem escapar e se acumular ao redor do estoma, formando uma protuberância distintiva. Esse escape do intestino é chamado de hérnia paraestomal.
O que causa a hérnia paraestomal?
A hérnia paraestomal é uma complicação comum entre os estomizados. Muitos pacientes acabam desenvolvendo essa complicação em algum momento após a cirurgia. Alguns chegam a considerar que é quase inevitável.
Muitos pacientes com hérnias paraestomais não apresentam sintomas. No entanto, quando surgem, é comum observar um abaulamento na região do estoma, associado ou não à dor, que pode variar de localizada a difusa pelo abdome ou até mesmo na região dorsal. Além disso, distensão abdominal e náuseas podem ocorrer.
Em casos mais raros, uma alça intestinal ou até mesmo uma porção de gordura ao redor das alças intestinais (epíplon) pode ficar presa na hérnia, causando uma complicação conhecida como encarceramento, que deve ser evitada.
Quais são os fatores de risco para a hérnia paraestomal?
Existem vários fatores que aumentam o risco de desenvolver uma hérnia paraestomal. Além da presença da estomia, outros aspectos como obesidade, tabagismo, tosse crônica, sedentarismo, diabetes, DPOC (Doença Pulmonar Crônica Obstrutiva), ascite (“barriga d’água”) e uso contínuo de corticóides podem contribuir para o seu surgimento.
E se eu já tiver uma hérnia?
Atualmente, muitos estomizados convivem com hérnias paraestomais. Em muitos casos, essas hérnias são bem toleradas e não afetam negativamente a vida diária. Elas podem ser tratadas com medidas simples, como o uso de cintas abdominais para contenção ou cintos que fixam a bolsa de colostomia para maior segurança.
Em estomias temporárias, o problema é limitado, pois o reparo da hérnia geralmente ocorre durante a reconstrução do trânsito intestinal.
Quando suspeitar de uma hérnia paraestomal?
Alguns sinais e sintomas comuns que podem indicar a presença de uma hérnia incluem dor abdominal, sangramento, obstrução intestinal, alterações na aparência do estoma, irregularidades abdominais e vazamentos frequentes. Se você observar esses sinais, é importante procurar orientação médica.
Como é feito o diagnóstico?
Visualmente, a hérnia pode se manifestar como uma protuberância com o estoma no topo. Exames como ultrassonografia ou tomografia computadorizada podem ser solicitados pelo médico para confirmar o diagnóstico e planejar a intervenção cirúrgica, se necessário.
Existe tratamento para a hérnia paraestomal?
Na maioria dos casos, as hérnias paraestomais podem ser gerenciadas com o uso de cintas para contenção abdominal. Cerca de 30% dos pacientes podem precisar de correção cirúrgica, que pode envolver a reversão da estomia, reparo da hérnia ou realocação do estoma. O uso de malhas sintéticas ou biológicas também é uma opção comum para o reparo cirúrgico.
Viver bem com a hérnia paraestomal
Apesar de comum entre os estomizados, muitas hérnias paraestomais não causam sintomas significativos e podem ser gerenciadas com eficácia com mudanças no estilo de vida e tratamento adequado. Mesmo nos casos em que a intervenção cirúrgica é necessária, a recuperação geralmente é rápida e permite que os pacientes retornem às suas atividades normais em pouco tempo.
Quando buscar ajuda médica urgente?
Embora raro, a torção ou estrangulamento do intestino dentro da hérnia pode ocorrer, o que requer cirurgia de emergência para evitar danos graves ao intestino. Se você experimentar sintomas como dor intensa e persistente, deve buscar ajuda médica imediatamente.
Em resumo, embora a hérnia paraestomal seja uma complicação comum entre os estomizados, ela pode ser gerenciada e tratada com eficácia, permitindo que os pacientes mantenham uma boa qualidade de vida. A chave está em estar ciente dos sinais de alerta e procurar orientação médica quando necessário.
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